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Falta educação básica a candidatos a vagas temporárias

  1. sexta-feira, 12 de novembro de 2010
30/10/2010
Falta educação básica a candidatos a vagas temporárias A ausência do domínio do português básico e a dificuldade de manter um diálogo claro têm barrado a maioria dos candidatos já na primeira entrevista Muitas vagas, mas baixa empregabilidade. O problema é a falta de qualificação técnica, certo? Errado. O que está faltando mesmo é a educação básica, aquela que se espera que as pessoas e jovens em geral tenham após a conclusão do segundo grau e que é resultado da educação e convivência em família. As agências de trabalho de Londrina recebem centenas de currículos, mas poucos apresentam o perfil mínimo necessário para a contratação e acabam sendo excluídos já na primeira entrevista.

A falta de domínio do português básico e a dificuldade de manter um diálogo claro têm barrado a maioria dos candidatos já na primeira entrevista. A estimativa é que, juntas, as empresas de emprego de Londrina vão colocar mais de 2 mil vagas neste final de ano. Mas o que poderia ser uma excelente notícia para os candidatos ao primeiro emprego e para quem busca uma oportunidade de voltar ao mercado de trabalho tem se mostrado uma decepção.

''''Os candidatos reclamam que não conseguem colocação e as empresas estão preocupadas porque não completam seus quadros. Mas os candidatos estão esbarrando em quesitos básicos como níveis de comunicação adequados e comprometimento com o trabalho'''', afirma a gerente. Por causa desta dificuldade as empresas começaram antes a ofertar vagas, na esperança de, com mais tempo, conseguir completar as vagas de que precisam. E as agências têm precisado aumentar a taxa de recrutamento na tentativa de atender a demanda dos clientes.

Solange de Oliveira Rabelo, da Agência de Trabalho Alternativa, confirma que o problema é enfrentado por todas as agências. ''''Até alguns anos atrás a cada 10 candidatos ouvidos, metade era encaminhado para a segunda etapa da seleção. Hoje se conseguimos 10% de aproveitamento é muito. Agora a conclusão do segundo grau não serve mais como garantia de que a pessoa domina o básico da língua portuguesa e está apta a se comunicar corretamente'''', afirma.

Segundo as agências é comum candidatos se apresentarem falando com erros graves de concordância e quando convidados a conversar, não conseguirem completar uma frase sem gírias que comprometem o diálogo. Solange Rabelo explica que mesmo para as funções mais básicas, que não exigem contato direto com o público, a capacidade de comunicação é indispensável para o desenvolvimento do trabalho.

A falta de comprometimento com o trabalho está entre as ''''falhas'''' que também eliminam o candidato na primeira etapa da seleção. Saber adequar-se à hierarquia da empresa, dispondo-se a aprender o máximo possível é requisito mínimo.

Casos de candidatos que se apresentam vestidos inadequadamente para a entrevista e quando orientados a usar roupas mais discretas demonstram desinteresse são comuns. ''''Quando as empresas exigem boa aparência não tratam de beleza estética. Cada ambiente exige um tipo de roupa e um modo de se portar é preciso saber discernir entre uma roupa de trabalho e uma roupa de lazer e passeio'''', esclarece.

A solução para estes problemas depende principalmente dos candidatos. Buscar cursos técnicos ajuda porque a maioria deles oferece orientações básicas de comportamento e postura no ambiente de trabalho. Além disto, ao dar continuidade aos estudos, a pessoa se obriga a ler mais o que melhora significativamente a capacidade de comunicação.

Fonte: Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e Contabilidade de Londrina (Sescap-Ldr)