Após um ano de trabalho intenso e dedicação profissional, iniciamos 2013 com objetivos alinhados e planejamento definido, certo? Nem sempre. De qualquer maneira, lembre-se que ainda há tempo de fazer seu planejamento para o ano que inicia. Embora não seja esse o tema do artigo de hoje, escrevo sobre um velho conhecido nosso, que dez ou quinze anos atrás não era tão aceito e reconhecido no meio corporativo, mas hoje todos querem ficar bem longe: o estresse.
Ele pode ser entendido como um conjunto de respostas físicas e mentais geradas por determinados estímulos externos. Além disso, manifestam no indivíduo o desgaste físico e mental. O estresse pode ser causado por inúmeros fatores como, por exemplo, a mudança repentina no estilo de vida ou rotina, problemas de relacionamento, responsabilidades excessivas e, o campeão dos campeões: o trabalho. Obviamente, não é o trabalho por si só que causa o estresse. Pode ser aquela meta agressiva, a apresentação dos resultados, um projeto importante, uma equipe desobediente, conflitos internos, entre outros fatos que podem tirar qualquer um da harmonia interior.
Segundo uma pesquisa divulgada em 2011 pela UnB (Universidade de Brasília), 1,3 milhão de brasileiros se afastaram do trabalho em 2008. Essas pessoas tiveram que receber auxílio médico para tratar problemas de saúde que surgiram devido ao estresse, como doenças cardiovasculares, depressão, alcoolismo e esgotamento físico e mental.
Com o crescimento do mercado de trabalho, acredito que esse número de afastados esteja maior, principalmente entre os executivos. A rotina profissional presente em suas vidas chega a passar, facilmente, das 12 horas diárias.
Infelizmente o trabalhador brasileiro continua “empacando” no diagnóstico correto e preciso do estresse. Alguns sintomas físicos como tensão muscular, dores no intestino e dor de cabeça, além de sinais emocionais como ansiedade, culpa, depressão e raiva indicam estresse. Estes sintomas e sinais podem levar a atitudes inadequadas e “explosões” no trabalho e costumam ser enfrentados como temporários, transitórios ou mesmo vistos como “frescura”. O problema é que, no longo prazo, a chance de problemas mais sérios à saúde surgirem são altas.
É evidente que a rotina oferece às pessoas uma sensação de estabilidade e conforto, mas é notável também que, quando constante, a rotina passa a ser um inimigo ameaçador do estresse. O maior cuidado que se deve ter é quando os sintomas do estresse persistem por um longo período de tempo e passam a fazer parte da rotina. Nesse caso, podem ocorrer sentimentos de evasão, que prejudicam a saúde do indivíduo e geralmente estão ligados à ansiedade e depressão, pois nossos mecanismos de defesa passam a não responder mais de forma eficaz, aumentando a possibilidade de surgirem doenças, como as cardiovasculares.
Como lidar com o estresse
Ao perceber que a tensão na rotina profissional aumentou, podem começar a surgir sinais de estresse como aqueles já citados.
A melhor dica para evitar que a doença, de fato, torne-se um caso clínico, é tirar um período de férias. Conforme o meu último artigo explicou, o descanso é uma das melhores alternativas para esfriar a cabeça – desde que o profissional apague totalmente o trabalho da cabeça neste período.
Para quem já usufruiu das férias ou não poderá tirar alguns dias de folga, há algumas alternativas que funcionam muito bem como “válvula de descompressão”. Atividades que ajudam a sair da rotina do trabalho, como praticar esportes e atividades físicas diversas, procurar programas de entretenimento diferentes como cinema ou leitura, não levar trabalho para casa, ou ainda tocar algum instrumento são dicas que podem absolver o desgaste emocional e físico acumulados até então. Certamente há alguma opção que combina com você e o seu estilo de vida.
Por isso, coloque no seu planejamento uma nova prática que não seja relacionada ao trabalho. Passe mais tempo com a família e amigos e deixe de pensar 24 horas no seu trabalho. Um ótimo 2013 à todos!
Fonte: BERNT ENTSCHEV Fundador da De Bernt Entschev Human Capital.